Família faz história na política

José Jorge Leite teve presença forte na política de Jateí

De todas as famílias que tiveram participação ativa na vida política de Jateí, a que tem mais presença e permanência no poder é a Jorge Leite.

Liderada no passado pelo patriarca José Jorge Leite, a família esteve sempre presente no processo político, desde que se aportou em Jateí, no final da década de 1.950, vindo da região Oeste do Estado de São Paulo.
Quando chegou em Jateí, o povoado estava em franca expansão e Zé Jorge  – como era conhecido – assumiu a liderança do movimento pela emancipação do lugar, processo que se concretizou em 1.963.
A influência de Zé Jorge junto a líderes políticos do então Estado de Mato Grosso foi crucial para que a luta pela independência tornasse vitoriosa.
A emancipação de Jateí traz consigo outra curiosidade histórica. Ele é um dos poucos lugares do Brasil que passou de povoado a município sem estar na condição de distrito.
Um dos motivos que pode ter acelerado ainda mais este processo é a participação política. Relatos dão conta que, desde a ocupação da segunda zona da então Colônia Agrícola Nacional de Dourados (CAND), a organização política dos colonos acabou elegendo representantes locais para o Parlamento Estadual.
Prefeito duas vezes em dois estados– Apesar da liderança forte regional, Zé Jorge só conseguiu ser prefeito de Jateí sete anos depois de sua emancipação, tomando posse de 1.970 a 1.973. Em 1.976 ele voltou ao cargo, ficando até o final de 1.982, num total de 10 anos como gestor municipal, responsável pela estruturação administrativa e rodoviária do município, com a construção do Paço Municipal e a aquisição de veículos para colocar a administração em movimento.
Zé Jorge também foi o único prefeito de Jateí em dois estados, pois assumiu no Mato Grosso uno e estava no cargo quando o Estado foi dividido, nascendo o Mato Grosso do Sul, em 1.977.
A divisão do Estado foi determinante para o prefeito da época inserir e estruturar Jateí. Ele se aproximou das lideranças políticas que comandavam o Estado Caçula do Brasil para divulgar o município e conseguir recursos, equipamentos e serviços para o município.
Comunicação com o mundo – Foi no mandato de Zé Jorge que Jateí passou a ter um meio de comunicação, o telefone. Ele conseguiu junto a concessionária um posto telefônico, operado por telefonistas, que recebia e fazia ligações. A linha telefônica ajudou integrar Jateí e possibilitou a comunicação a distância de quem morava até mesmo fora do Brasil, pois tinha duas modalidades de serviço: o DDD (Discagem Direta a Distância) e o DDI (Discagem Direta Internacional).
Fazer e receber ligações eram pelo modo de agendamento e um mensageiro se deslocava até as residências para avisar o horário que a pessoa iria ligar e o receptor estar presente para receber a chamada.
Somente muito tempo depois que foram instaladas as primeiras linhas telefônicas nas casas, que eram privilégio para poucos, pois o preço era alto para ter um aparelho e também pagar o custo das ligações.
Filhos e filhas de Zé Jorge e Bernadete em outubro de 2024: Beto, Zito, Evaldo, Silvio e Eraldo; Lucinha, Mariquinha, Josefa Betinha e Rivandete

A grande família– José Jorge e Bernadete tiveram 9 filhos. Eraldo, Evaldo, Betinha (Josefa), Zito (José Jorge Filho),, Rivandete, Mariquinha (Maria), Lucinha, Beto (Carlos Alberto) e Silvio. A grande família sempre teve muita disposição para o trabalho. Desde cedo, os filhos e filhas do casal pioneiro já estavam no batente. As mulheres se tornaram professoras ainda jovens, como foi o caso de Rivandete, Mariquinha e Betinha. Os homens não ficaram para trás e Eraldo, por exemplo, começou a trabalhar aos 13 anos, na antiga cerealista de Arthur Boigues.

Além do trabalho, outra paixão da grande Família Santos Leite é a política. A exemplo de Eraldo que dedica parte de sua vida à administração de Jateí, a família tem outros expoentes. Beto foi vereador por quatro mandatos em Jateí, sendo que Zito por duas vezes em Fátima do Sul e Evaldo foi prefeito de Colíder e secretário estadual, no Mato Grosso. A professora Mariquinha foi duas vezes vereadora em Fátima do Sul.